Brasília – A síndrome de Korsakoff, também chamada de síndrome de Wernicke-Korsakoff, é um distúrbio neurológico provocado pela falta grave de tiamina (vitamina B1), nutriente essencial para converter alimentos em energia.
Dois estágios da doença
A condição se desenvolve em duas fases. A primeira, conhecida como encefalopatia de Wernicke, manifesta confusão mental, tremores, fraqueza muscular, alterações visuais e problemas de coordenação. Se não houver intervenção rápida, evolui para a síndrome de Korsakoff, caracterizada sobretudo por falhas de memória de longo prazo.
Sintomas mais comuns
- Dificuldade para recordar fatos passados e formar novas memórias;
- Criação de histórias para preencher lacunas de lembrança;
- Problemas de planejamento, organização e tomada de decisões;
- Repetição de ações ou falas;
- Apatia e falta de motivação;
- Mudanças bruscas de humor;
- Alucinações.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por neurologistas a partir da avaliação clínica e do histórico do paciente. Exames de sangue medem níveis de tiamina, atividade da transcetolase, albumina e hemograma. Em pessoas com consumo crônico de álcool, são adicionados testes de função hepática, dosagem de álcool e rastreamento de drogas. Ressonância magnética ou tomografia auxiliam a confirmar o quadro ou descartar outras causas neurológicas.
Causas principais
- Uso crônico de álcool, que reduz absorção e armazenamento de vitamina B1;
- Doenças gastrointestinais, como inflamações no estômago ou intestino;
- Procedimentos cirúrgicos, entre eles a cirurgia bariátrica;
- Tratamentos médicos prolongados, como quimioterapia ou uso contínuo de diuréticos;
- Condições como câncer avançado, infecção por HIV, diálise por insuficiência renal e alterações genéticas raras.
Tratamento
A síndrome é considerada emergência médica. Na fase aguda (encefalopatia de Wernicke), a tiamina é administrada por via intravenosa ou intramuscular, juntamente com hidratação e suporte nutricional. Se houver dependência alcoólica, cuidados específicos são incluídos.
Na etapa crônica (síndrome de Korsakoff), a reposição de vitamina B1 continua por via oral, embora usualmente não reverta as falhas graves de memória. O manejo inclui reabilitação cognitiva, fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para problemas de comportamento e humor.
Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
Prognóstico
Não há cura para a síndrome de Korsakoff. Quando o tratamento é iniciado ainda na encefalopatia de Wernicke, parte dos sintomas — como confusão mental e alterações visuais — pode regredir. Entretanto, os prejuízos à memória e à aprendizagem tendem a ser permanentes se a deficiência de tiamina não for corrigida rapidamente.
Com informações de Tua Saúde

