A falta de tratamento adequado da água favorece a circulação de microrganismos que provocam enfermidades como hepatite A, giardíase, amebíase e leptospirose. Em épocas de chuvas ou enchentes, o risco de transmissão cresce, pois a água contaminada se espalha com facilidade em comunidades sem saneamento básico.
Principais doenças ligadas à água sem tratamento
Hepatite A — causada por vírus da família Picornavírus, é altamente contagiosa e inflama o fígado. Sintomas costumam aparecer cerca de quatro semanas após a infecção e incluem urina escura, fezes claras, pele amarelada, febre e cansaço. Analgésicos, anti-inflamatórios, repouso e hidratação compõem o tratamento.
Giardíase — infecção pelo parasita Giardia lamblia adquirida ao ingerir água ou alimentos contaminados por fezes com cistos do protozoário. Provoca dor abdominal, diarreia, febre e perda de peso. Metronidazol ou tinidazol são os medicamentos de escolha; hidratação é essencial em casos graves.
Amebíase — provocada pelo protozoário Entamoeba histolytica. A pessoa adoece ao consumir água ou comida contaminada por cistos amebianos. Pode gerar diarreia com sangue ou muco, febre e dor abdominal. Secnidazol, metronidazol ou tinidazol combatem a infecção.
Leptospirose — bactéria Leptospira presente na urina de animais, principalmente ratos, contamina enchentes e esgotos. Febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e vômitos aparecem nos primeiros dias. Antibióticos e analgésicos reduzem evolução para insuficiência renal ou hepática.
Cólera — infecção intestinal pela bactéria Vibrio cholerae, comum em locais sem rede de água tratada. Entre dois e cinco dias após o contágio, surgem diarreia intensa e vômitos que podem levar à desidratação grave. Reposição de líquidos por via oral ou venosa e antibióticos integram o tratamento.
Ascaridíase — verminose causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. Dor abdominal, náusea e perda de apetite são sintomas frequentes. O antiparasitário albendazol é indicado pelo médico.
Febre tifoide — resultado da infecção pela bactéria Salmonella typhi. Transmitida por água, alimentos contaminados ou contato direto com portadores. Febre alta, dor de barriga, diarreia ou prisão de ventre e manchas na pele indicam a doença. Antibióticos, repouso e hidratação são necessários; vacina previne o quadro.

Imagem: Internet
Malária — transmitida pela picada do mosquito Anopheles infectado pelo Plasmodium. Após 8 a 14 dias, o paciente apresenta febre cíclica, náuseas, vômitos e fraqueza. Cloroquina e primaquina são prescritas, e o tratamento deve ser concluído mesmo com melhora dos sintomas.
Micose — fungos aproveitam a umidade pós-chuva e causam lesões na pele, unhas ou couro cabeludo. Coceira e manchas vermelhas são sinais comuns. Dermatologistas recomendam cremes, pomadas ou antifúngicos orais conforme a localização.
Toxoplasmose — infecção pelo parasita Toxoplasma gondii, transmitida por alimentos contaminados, leite não pasteurizado ou, no caso de gestantes, via placentária. Inchaço dos gânglios, febre e dores musculares surgem entre cinco e 20 dias. Medicamentos como espiramicina ajudam a eliminar o protozoário.
Tétano — a bactéria Clostridium tetani infiltra-se em cortes e feridas, liberando toxina que causa rigidez muscular. Esporos do microrganismo vivem em terra, poeira e objetos enferrujados. Vacinação é a principal forma de prevenção; limpeza adequada da lesão reduz o risco.
Medidas de prevenção
Para evitar essas doenças, especialistas recomendam consumir apenas água filtrada ou fervida, lavar bem alimentos e utensílios, descartar itens que tiveram contato com enchentes e utilizar luvas e botas de borracha em áreas alagadas. Caso haja sintomas como náuseas, vômitos, diarreia ou febre após exposição a água suspeita, a orientação é buscar assistência médica imediata.
Com informações de Tua Saúde