A infertilidade masculina é caracterizada pela incapacidade de engravidar a parceira após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e sem método contraceptivo. Alterações hormonais ou genéticas, doenças crônicas e hábitos de vida inadequados estão entre as principais causas, segundo especialistas.
Sintomas mais comuns
- Fracasso em obter gravidez após um ano de tentativas;
- Dificuldade de alcançar ou manter a ereção;
- Redução do desejo sexual;
- Dor, inchaço ou nódulo nos testículos;
- Crescimento anormal das mamas;
- Testículos pequenos ou moles;
- Fadiga, ganho de peso e apatia.
O quadro também pode gerar estresse, problemas no relacionamento e sentimentos de depressão ou fracasso.
Como é feito o diagnóstico
O urologista avalia o histórico de saúde, realiza exame físico – incluindo, se necessário, o toque retal – e solicita exames laboratoriais. O principal é o espermograma, que analisa quantidade e qualidade dos espermatozoides. Outros testes podem incluir dosagem hormonal, estudos genéticos, exames de urina e ultrassonografias escrotal, renal ou transretal.
Principais causas
- Problemas na produção de espermatozoides, como baixa contagem, motilidade reduzida ou ausência total;
- Obstrução dos canais que transportam os espermatozoides por vasectomia, varicocele, infecções ou cirurgias;
- Alterações na ejaculação (retrógrada ou ausência);
- Infecções genitais, incluindo gonorreia, clamídia, epididimite e orquite;
- Doenças crônicas como câncer, diabetes, esclerose múltipla, distúrbios da tireoide ou do fígado;
- Fatores genéticos ou congênitos, a exemplo de mutações na região AZF, gene CFTR, síndrome de Klinefelter e criptorquidia;
- Estilo de vida com tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas ilícitas, excesso de peso, dieta inadequada e idade paterna a partir de 40 anos.
Medicamentos (testosterona, bloqueadores de canais de cálcio, quimioterapia, radioterapia) e anabolizantes podem prejudicar a produção de esperma. Exposição prolongada a produtos químicos industriais, pesticidas, solventes, chumbo, mercúrio ou radiação também eleva o risco.
Tratamentos disponíveis
1. Medicamentos
- Gonadotropinas (hCG, FSH) ou GnRH para estimular a espermatogênese em casos de hipogonadismo hipogonadotrófico;
- Inibidores da aromatase, hCG ou moduladores seletivos do receptor de estrogênio para elevar a testosterona sérica;
- Agonistas da dopamina, como cabergolina, no tratamento da hiperprolactinemia;
- Clomifeno ou tamoxifeno quando não há causa clara definida;
- Análogos de FSH para melhorar concentração de espermatozoides, taxa de gravidez e de nascidos vivos.
2. Cirurgia
Procedimentos como correção de varicocele, reversão de vasectomia, vasoepididimostomia ou ressecção transuretral de ductos ejaculatórios podem ser indicados para remover obstruções e restabelecer o fluxo de espermatozoides.
Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
3. Reprodução assistida
Quando terapias clínicas ou cirúrgicas não resolvem, técnicas como microdissecção testicular para coleta de espermatozoides, injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), fertilização in vitro (FIV) e inseminação intrauterina são alternativas.
4. Mudanças no estilo de vida
- Parar de fumar;
- Reduzir ou eliminar álcool;
- Evitar drogas ilícitas, incluindo maconha e esteroides anabolizantes;
- Manter peso adequado;
- Evitar calor excessivo nos testículos (saunas, banheiras quentes);
- Adotar dieta equilibrada e praticar atividade física por, ao menos, 150 minutos semanais.
Prognóstico
A infertilidade masculina pode ser reversível em situações como varicocele, vasectomia, desequilíbrios hormonais ou fatores ligados ao estilo de vida. Já condições como atrofia testicular bilateral, síndrome de Klinefelter ou mutações na região AZF costumam ser irreversíveis; nesses casos, o objetivo do tratamento é aumentar a chance de gravidez por meio de técnicas de reprodução assistida.
Com informações de Tua Saúde

