A ingestão exagerada de suplementos nutricionais pode levar à hipervitaminose, condição caracterizada pelo acúmulo de vitaminas no organismo e responsável por sintomas como dor de cabeça, náusea, vômitos, confusão mental, desidratação, queda de cabelo, sensibilidade aumentada à luz solar e agitação.
Também chamada de toxicidade por vitaminas, a doença surge, sobretudo, após consumo descontrolado de multivitamínicos, mas pode estar associada a problemas de saúde, entre eles linfomas, doenças hepáticas, renais ou policitemia vera.
Principais sintomas
Os sinais variam de acordo com a vitamina em excesso e com o tempo de exposição. Entre os mais frequentes estão:
- Dor de cabeça;
- Náusea, vômitos e dor abdominal;
<li Fadiga e fraqueza muscular;
<li Perda de apetite;
<li Tontura e irritabilidade;
<li Diarreia ou prisão de ventre;
<li Pele seca, descamação e coceira;
<li Visão turva e confusão mental.
Tipos de hipervitaminose
Hipervitaminose D
Geralmente desencadeada por doses altas de suplementos. Pode provocar perda de apetite, dor abdominal, hipertensão, cálculos renais e fraqueza muscular.
Hipervitaminose B12
Rara, ocorre após suplementação excessiva ou em decorrência de doenças hepáticas, renais ou policitemia vera. Causa erupções cutâneas, fadiga, dor de cabeça e alterações gastrointestinais.
Hipervitaminose A
Considerada uma das formas mais graves. Decorre quase sempre do uso de cápsulas ou medicamentos à base de vitamina A. Os sintomas agudos incluem náuseas, vômitos, cefaleia intensa e visão turva; sinais crônicos englobam pele ressecada, queda de cabelo, aumento do fígado e dores ósseas. Em gestantes, pode gerar malformações congênitas.
Hipervitaminose C
Manifestada quando a ingestão ultrapassa 2.000 mg diários de vitamina C. Provoca náuseas, vômitos, diarreia e pode favorecer a formação de pedras nos rins.
Hipervitaminose E
Surgem sintomas como fraqueza, náuseas, vômitos e diarreia quando a ingestão excede 1.000 mg por dia, normalmente por meio de suplementos.
Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
Como é feito o diagnóstico
O clínico geral – ou o pediatra, no caso de crianças – realiza exame físico e avalia o histórico do paciente. Para confirmar a intoxicação, podem ser solicitados exames de sangue e urina que medem níveis vitamínicos, cálcio, fosfato, hormônio da paratireoide e função hepática. Radiografias, ultrassonografia, tomografia computadorizada e eletrocardiograma também podem ser requisitados.
Formas de tratamento
- Suspensão imediata de suplementos;
- Colírios lubrificantes em excesso de vitamina A;
- Soro fisiológico intravenoso, calcitonina e bifosfonatos em casos graves de hipervitaminose D;
- Hemodiálise quando há insuficiência renal ou hipercalcemia refratária associada à vitamina D;
- Glicocorticoides intravenosos (hidrocortisona ou prednisona) para hipervitaminose D ligada a doenças granulomatosas;
- Suplemento de vitamina K em sangramentos decorrentes de excesso de vitamina E.
A normalização dos níveis de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) pode levar semanas ou meses.
Possíveis complicações
Sem tratamento adequado, a hipervitaminose pode evoluir para confusão mental, coma, sangramentos, danos renais permanentes, insuficiência renal aguda, cálculos renais, fibrose ou cirrose hepática, hipertensão, arritmias cardíacas, distúrbios da tireoide, osteoporose, pancreatite e úlceras pépticas.
Ao perceber sinais de intoxicação, a orientação é buscar avaliação médica o quanto antes para evitar agravamentos.
Com informações de Tua Saúde

