A gordura visceral é o tecido adiposo que se deposita dentro da cavidade abdominal, envolvendo órgãos como fígado, pâncreas, estômago e intestino. Esse tipo de gordura eleva o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Principais causas
O acúmulo ocorre, sobretudo, por hábitos de vida pouco saudáveis, incluindo dieta rica em açúcares, gorduras saturadas, alimentos ultraprocessados e sedentarismo. Fatores adicionais, como níveis elevados de cortisol decorrentes de estresse crônico, sono insuficiente, envelhecimento, alterações hormonais na menopausa e predisposição genética, também favorecem o aumento desse tecido.
Riscos associados
Entre as complicações ligadas ao excesso de gordura visceral estão:
- Doenças cardíacas (infarto, aterosclerose e AVC);
- Diabetes tipo 2;
- Insuficiência hepática;
- Câncer de mama e colorretal;
- Doença de Alzheimer;
- Hipertensão arterial.
Grandes quantidades de tecido visceral também podem levar à resistência à insulina, piora da qualidade do sono e aumento dos níveis de cortisol, resultando em ganho de peso e maior circunferência abdominal. O acompanhamento médico, especialmente com cardiologista, é recomendado para reduzir riscos.
Como medir
A avaliação pode ser feita por métodos simples ou exames de imagem:
- Circunferência da cintura: risco em mulheres acima de 80 cm e em homens acima de 94 cm;
- Índice de Massa Corporal (IMC): valores superiores a 30 kg/m² indicam obesidade, frequentemente associada a gordura visceral;
- Razão cintura-estatura: resultado acima de 0,5 sugere maior probabilidade de acúmulo abdominal;
- Relação cintura-quadril: igual ou superior a 0,85 (mulheres) ou 0,90 (homens) aponta risco aumentado;
- Bioimpedância: índice de gordura visceral abaixo de 10 é considerado saudável;
- Tomografia computadorizada, ressonância magnética ou DEXA: métodos de maior custo que quantificam com precisão o tecido visceral.
Estratégias para reduzir a gordura visceral
1. Alimentação equilibrada
Indicada a ingestão de frutas, verduras de folha verde, legumes, proteínas magras (peixe, frango, ovos, tofu, peru), laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, oleaginosas e sementes. É fundamental diminuir açúcares, gorduras saturadas, frituras, fast food, produtos ultraprocessados e itens ricos em gorduras trans.
2. Exercícios físicos regulares
Atividades aeróbicas, como caminhada, corrida, natação, ciclismo ou pular corda, devem ser realizadas por pelo menos 30 minutos diários ou 60 minutos três vezes por semana para acelerar o metabolismo e queimar gordura armazenada.

Imagem: Internet
3. Medicamentos para perda de peso
Não há remédio específico para eliminar a gordura visceral, mas fármacos utilizados no tratamento da obesidade — como semaglutida (Ozempic, Wegovy), liraglutida (Saxenda), orlistate (Xenical) e a combinação fentermina/topiramato — podem reduzir o peso corporal total e, como consequência, diminuir o tecido visceral. Seu uso requer prescrição e acompanhamento médico.
4. Cirurgias estéticas
Lipoaspiração remove apenas a gordura subcutânea, logo não afeta o tecido visceral. Após o procedimento, a ausência de hábitos saudáveis pode até favorecer novo acúmulo interno de gordura.
Manter alimentação balanceada, atividade física constante e acompanhamento clínico são medidas essenciais para conter o acúmulo de gordura visceral e reduzir o risco de complicações metabólicas e cardiovasculares.
Com informações de Tua Saúde