A língua pode ser afetada por diversas condições que alteram cor, forma ou sensibilidade e, em alguns casos, dificultam falar, mastigar ou engolir. Especialistas destacam 11 doenças mais frequentes, suas causas e abordagens terapêuticas.
1. Língua geográfica
Caracteriza-se por manchas vermelhas bem delimitadas com bordas esbranquiçadas. Pode estar ligada a estresse, desequilíbrios hormonais, diabetes descompensada, alergias, fissuras linguais ou fatores hereditários. Não exige tratamento específico; recomenda-se apenas controlar dor e ardência com sprays analgésicos e evitar alimentos muito ácidos ou condimentados.
2. Aftas
São úlceras avermelhadas com centro amarelado que inflamam a mucosa bucal. Podem surgir após ingestão de alimentos ácidos, reações alérgicas, baixa imunidade, uso de antibióticos ou corticoides, deficiência de vitaminas B e C ou devido a infecções sexualmente transmissíveis. O clínico ou dentista costuma indicar pomadas com triancinolona a 1%. Laser e cauterização química são opções quando há muitas lesões.
3. Língua preta pilosa
O acúmulo de queratina nas papilas deixa a superfície castanha ou preta, com aspecto de “pelos”. Fatores de risco incluem tabagismo, higiene oral deficiente, consumo excessivo de café ou chá e infecções bacterianas ou fúngicas. Tratamento envolve higiene bucal rigorosa, raspadores linguais e, quando necessário, antibióticos ou antifúngicos.
4. Candidíase oral
Infecção pelo fungo Candida albicans que forma placas brancas na língua e na boca, mais comum em pessoas imunossuprimidas por quimioterapia, radioterapia, corticoides ou HIV. O cuidado inclui bochechos com nistatina e uso de antifúngicos, além de enxaguantes com clorexidina.
5. Pênfigo vulgar
Doença autoimune que gera bolhas dolorosas na língua e na cavidade oral. Pode estar associada a predisposição genética, uso de determinadas drogas, cânceres ou infecções. O tratamento costuma envolver corticoides; casos extensos podem necessitar de imunossupressores ou internação para medicação intravenosa.
6. Câncer de língua
Tumor que atinge principalmente a borda da língua, mais recorrente em homens acima de 50 anos e fumantes crônicos. Sintomas incluem caroços, dormência, dificuldade para engolir, rouquidão e ínguas cervicais. O diagnóstico é feito por exame físico e tomografia. Cirurgia é a primeira escolha; quando inviável, recorrem-se a quimioterapia e radioterapia.
7. Síndrome da boca ardente
Provoca queimação na língua sem causa aparente, podendo vir acompanhada de boca seca ou gosto amargo/metálico. Pode estar relacionada a alterações hormonais, infecções, distúrbios das glândulas salivares, lesões bucais, diabetes ou deficiências nutricionais. O objetivo terapêutico é aliviar sintomas com medicamentos e mudanças de hábitos.

Imagem: Internet
8. Papilite lingual transitória
Inflamação temporária das papilas que forma pequenas bolhas dolorosas. Surge por irritação local, má nutrição, estresse ou tabagismo. Costuma desaparecer em poucos dias; se necessário, o profissional indica corticoides tópicos ou enxaguantes.
9. Glossite
Inflamação que pode ser causada por queimaduras, cortes, deficiências nutricionais, boca seca, aftas ou alergias, gerando inchaço e dor ao falar, mastigar ou engolir. Anti-inflamatórios ou corticoides são prescritos conforme a causa.
10. Saburra lingual
Acúmulo de bactérias que deixa a língua esbranquiçada, amarelada, marrom ou cinza, associado a mau hálito ou gosto amargo. Está ligado à higiene bucal inadequada, tabagismo, consumo de álcool ou doenças como diabetes e problemas hepáticos. A limpeza com escova e raspador de língua, além de abandonar hábitos de risco, compõe o tratamento.
11. Varíola dos macacos (Mpox)
Infecção viral do gênero Orthopoxvirus que pode formar bolhas ou feridas na língua, boca, palma das mãos e região genital, além de causar febre e calafrios. O manejo inclui antivirais, como tecovirimat, e analgésicos (paracetamol ou dipirona). Isolamento é recomendado para evitar contágio.
Especialistas orientam procurar clínico geral ou dentista sempre que surgirem alterações persistentes na língua, pois a identificação precoce facilita o tratamento e previne complicações.
Com informações de Tua Saúde