A cefaleia, popularmente chamada de dor de cabeça, é caracterizada por dor ou desconforto em qualquer área da cabeça, couro cabeludo, pescoço, rosto ou nuca, podendo atingir um ou ambos os lados. A condição apresenta múltiplas causas, gravidades variadas e, em alguns casos, exige atendimento urgente.
Principais sintomas
De acordo com especialistas, o quadro pode incluir:
• Dor em um ou nos dois lados da cabeça;
• Cefaleia generalizada;
• Desconforto na nuca;
• Pontadas na cabeça;
• Lacrimejamento e alterações de visão;
• Náuseas ou vômitos;
• Sensibilidade à luz, cheiros ou sons;
• Dor no fundo dos olhos.
A intensidade varia de leve a muito forte e pode durar segundos, minutos, horas, dias ou até meses.
Sinais de alerta (“red flags”)
Algumas manifestações indicam possível causa grave e requerem avaliação médica imediata:
• Dor súbita que atinge pico de intensidade em menos de 1 minuto;
• Crises repetidas de amaurose fugaz (perda temporária da visão);
• Alterações de consciência ou convulsões;
• Pupilas dilatadas;
• Cefaleia acompanhada de febre, náuseas ou vômitos, sobretudo com letargia ou convulsões;
• Dor desencadeada após esforço físico intenso, atividade sexual ou tosse.
Tipos mais frequentes
O levantamento clínico descreve 11 formas principais:
1. Cefaleia em salvas (cluster): dor súbita, intensa, atrás ou ao redor dos olhos, muitas vezes com lacrimejamento e inchaço facial no mesmo lado.
2. Cefaleia tensional: sensação de faixa apertando a cabeça, associada a estresse, ansiedade, má postura e contração de músculos do pescoço.
3. Cefaleia pós-raqui: surge até cinco dias após anestesia na coluna; afeta parte frontal ou posterior da cabeça, ombros ou pescoço e pode desaparecer em duas semanas.
4. Cefaleia cervicogênica: provocada por alterações na coluna cervical, como fraturas, tumores, infecções ou artrite reumatoide.
5. Cefaleia orgástica: dor que começa de forma maçante durante excitação sexual e se intensifica no orgasmo.
6. Cefaleia holocraniana: envolve toda a cabeça e pode estar ligada a meningite, encefalite ou outras infecções intracranianas.
7. Cefaleia crônica: ocorre 15 ou mais vezes por mês, por no mínimo três meses.
8. Cefaleia em trovoada: dor extremamente intensa, de início abrupto, que dura mais de cinco minutos; pode estar relacionada a hemorragia ou trombose venosa cerebral.
9. Cefaleia nasal: associada a problemas no nariz ou seios paranasais, como rinossinusite aguda ou crônica.
10. Cefaleia aguda: manifesta-se de forma repentina, dura menos de três meses e pode ser desencadeada por álcool, cocaína, estresse, hemorragia, trauma ou AVC.
11. Enxaqueca: dor pulsátil em um lado da cabeça, acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, sons ou cheiros.
Diagnóstico
Clínico geral, neurologista ou pediatra realizam exame físico e analisam histórico pessoal e familiar. Para esclarecer a origem, podem ser solicitados eletroencefalograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Causas
Cefaleia primária: não está ligada a doença subjacente e envolve fatores como consumo de álcool (especialmente vinho tinto), alimentos processados com nitrato, noites mal dormidas, má postura, jejum prolongado, problemas de visão, oscilações hormonais, estresse ou ansiedade.

Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
Cefaleia secundária: resultado de condições como sinusite, aneurisma cerebral, AVC, tumores, infecção de ouvido, glaucoma, desidratação, uso excessivo de analgésicos, ressaca, hipertensão, meningite ou neuralgia do trigêmeo.
Tratamento
A escolha depende da causa identificada. Entre as opções:
• Suspender medicamentos utilizados em excesso;
• Analgésicos ou anti-inflamatórios (paracetamol, dipirona, ibuprofeno) com orientação médica;
• Triptanos ou opioides em casos específicos de enxaqueca ou cefaleia em salvas;
• Antibióticos, antivirais, antiparasitários ou antifúngicos em episódios de meningite;
• Ingestão de 8 a 10 copos de água diários em quadro de desidratação.
Medidas complementares incluem repouso, compressas frias na testa ou quentes na nuca, massagem no couro cabeludo e banho morno. Para prevenção, recomenda-se psicoterapia, prática regular de exercícios e redução do consumo de álcool e cafeína.
Quando procurar ajuda imediatamente
É indicado ir ao pronto-socorro em caso de febre acima de 38 °C, confusão mental, sonolência, convulsões, dificuldade para falar, enxergar, ouvir ou andar, além de dormência, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo e náuseas ou vômitos persistentes.
As informações servem como referência e não substituem avaliação médica individualizada.
Com informações de Tua Saúde