Ortopedistas alertam que a capsulite adesiva, popularmente conhecida como “ombro congelado”, provoca inflamação e enrijecimento da cápsula articular, estrutura que recobre a articulação do ombro. O processo inflamatório limita gradualmente os movimentos, gera dor intensa – especialmente à noite – e pode surgir após longos períodos de imobilização decorrentes de cirurgias ou traumas.
Sintomas principais
Entre os sinais mais comuns estão dor que piora durante o repouso noturno, rigidez, dificuldade para elevar o braço e sensação de ombro “preso”. A dor costuma ser mais forte no início da doença, alcançando a parte externa do ombro e a região superior do braço.
Diagnóstico clínico
O diagnóstico é feito pelo ortopedista a partir da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico. Exames de imagem, como raio-X, são solicitados apenas quando há suspeita de fraturas ou de condições com sintomas semelhantes, como tendinopatia do manguito rotador ou bursite subacromial.
Três fases de evolução
Fase de congelamento (2 a 9 meses): dor difusa que aumenta ao extremo do movimento;
Fase adesiva (4 a 12 meses): redução da dor em repouso, mas manutenção da limitação de movimento;
Fase de descongelamento (12 a 42 meses): melhora gradual da mobilidade, embora a cápsula continue rígida.
Fatores de risco
Diabetes, distúrbios da tireoide, espondilose cervical, doenças cardiovasculares, AVC, Parkinson, níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, traumas no ombro e imobilização prolongada após cirurgias aumentam a probabilidade de desenvolver a condição. Alterações hormonais da menopausa também favorecem o quadro. Aspectos emocionais não causam capsulite, mas podem intensificar a percepção de dor.
Formas de tratamento
O tratamento é definido pelo ortopedista de acordo com a fase da doença e pode incluir:

Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
- Medicamentos anti-inflamatórios (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno) para reduzir dor e inchaço;
- Fisioterapia com exercícios de alongamento, ativos e passivos, além de TENS para controle da dor;
- Infiltração de corticoide diretamente na articulação, indicada no início do quadro;
- Bloqueio do nervo supraescapular com anestésico, quando a dor impede a fisioterapia;
- Hidrodilatação com soro fisiológico para alongar a cápsula articular;
- Manipulação sob anestesia, opção quando métodos conservadores falham;
- Cirurgia por artroscopia, recomendada se não houver melhora em 9 a 12 meses; casos resistentes podem exigir liberação capsular aberta.
Dicas para dormir
Compressas quentes ou frias, analgésicos indicados pelo médico e exercícios leves antes de deitar ajudam a aliviar o desconforto. Dormir de costas ou sobre o lado não afetado, apoiando o ombro em travesseiros, reduz a pressão sobre a articulação.
A capsulite adesiva pode durar anos, mas a combinação de medicação, fisioterapia e, quando necessário, intervenção cirúrgica costuma devolver a mobilidade do ombro e a qualidade de vida do paciente.
Com informações de Tua Saúde