A atonia uterina, caracterizada pela incapacidade do útero de se contrair durante ou logo após o parto normal ou cesárea, é apontada por especialistas como uma das principais causas de hemorragia pós-parto e requer intervenção médica imediata.
Principais sintomas
Entre os sinais observados pelos obstetras estão sangramento vaginal prolongado ou em grande volume, hemorragia em coágulos, dor lombar, pressão arterial baixa, taquicardia, pele fria e pálida, além de tontura ou sensação de desmaio. Esses sintomas costumam resultar da perda excessiva de sangue logo após o nascimento do bebê.
Fatores de risco
A condição pode ocorrer em mulheres com idade acima de 35 anos, gestações múltiplas, trabalho de parto muito demorado ou rápido, polidrâmnio, corioamnionite, macrossomia fetal, obesidade com índice de massa corporal superior a 40, miomas volumosos ou uso de sulfato de magnésio para tratar pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Retenção placentária, placenta prévia, placenta acreta, descolamento prematuro e distúrbios de coagulação também elevam a probabilidade de atonia. Quem já apresentou o problema em gravidez anterior permanece no grupo de maior risco.
Diagnóstico imediato
O diagnóstico é clínico e realizado logo após o parto, por meio de exame físico com toque vaginal. O útero apresenta-se mole, aumentado e com sangramento pelo colo, ao contrário do esperado, quando o órgão normalmente se contrai e torna-se firme depois da saída da placenta.
Opções de tratamento
O manejo é iniciado sem demora e pode incluir:

Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
- Medicamentos uterotônicos: ocitocina intravenosa ou intramuscular, metilergonovina intramuscular a cada 2 a 4 horas, carboprost intramuscular com intervalo de 15 a 90 minutos (máximo de oito doses) e misoprostol por via retal.
- Reposição volêmica: soro intravenoso e, se necessário, transfusão sanguínea para compensar a perda de sangue.
- Tamponamento uterino: colocação de gaze vaginal ou balão Bakri no interior do útero para conter a hemorragia, acompanhada de sondagem vesical para drenar urina.
- Procedimentos cirúrgicos: curetagem para retirar restos placentários, ligadura das artérias uterina ou hipogástrica e, em casos extremos, histerectomia total.
Prevenção
A estratégia preventiva envolve a avaliação de fatores de risco durante o pré-natal. Na terceira fase do parto, obstetras podem aplicar ocitocina após a expulsão da placenta e realizar massagem uterina para estimular a contração e evitar sangramento excessivo.
Possíveis complicações
Sem tratamento oportuno, a atonia uterina pode causar hemorragia pós-parto, choque hipovolêmico, anemia, coagulação intravascular disseminada, endometrite e insuficiências renal, hepática ou cardíaca. Por isso, a internação para observação e monitoramento constante é considerada essencial.
Com informações de Tua Saúde