A artrite reumatoide é uma enfermidade inflamatória crônica de origem autoimune que compromete principalmente as articulações, provocando dor, calor, vermelhidão e inchaço de forma progressiva. O quadro atinge, com maior frequência, mulheres entre 35 e 50 anos, mas pode aparecer em qualquer fase da vida, inclusive na infância, quando recebe o nome de artrite reumatoide juvenil.
Principais sinais e sintomas
Os primeiros sintomas costumam surgir de maneira lenta, ao longo de semanas ou meses, iniciando-se em articulações pequenas das mãos ou dos pés. Entre as manifestações mais comuns estão:
- Dor, edema, vermelhidão e aumento da temperatura local;
- Rigidez articular, principalmente ao despertar;
- Dificuldade de movimentar a região afetada;
- Deformidades em dedos ou coluna cervical;
- Nódulos próximos às articulações;
- Febre baixa e sensação de cansaço.
Com a evolução da doença, podem ocorrer perda de força e redução da amplitude de movimentos. Além das articulações, pulmões, olhos e vasos sanguíneos também podem ser comprometidos, resultando em vasculite, doença pulmonar intersticial ou síndrome de Sjögren.
Como é feito o diagnóstico
Reumatologistas e ortopedistas avaliam histórico, sintomas e realizam exame físico detalhado. Exames de imagem — raio-X ou ressonância magnética — ajudam a verificar alterações nas articulações, enquanto análises de sangue incluem hemograma, proteína C reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VHS), anticorpo anti-CCP, fator reumatoide e anticorpos antinucleares. Nenhum teste, isoladamente, confirma o diagnóstico; o resultado é interpretado em conjunto para descartar condições com sinais semelhantes, como osteoartrite ou lúpus.
Causas e fatores de risco
A enfermidade resulta de interação entre predisposição genética e fatores ambientais que desencadeiam uma reação imunológica contra o próprio organismo. Elementos que elevam o risco incluem:
- Idade entre 35 e 50 anos;
- Sexo feminino;
- Histórico familiar;
- Tabagismo;
- Exposição a sílica, amianto ou pó têxtil;
- Infecções virais ou bacterianas;
- Gengivite persistente.
Tratamento e controle
Embora não haja cura, a artrite reumatoide pode entrar em remissão quando o tratamento é iniciado precocemente. O protocolo inclui:

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- Anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, piroxicam, meloxicam, naproxeno, celecoxibe) para aliviar dor e inflamação.
- Corticoides (prednisona, prednisolona) em doses reduzidas e pelo menor tempo possível; podem ser aplicados diretamente na articulação.
- Medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD):
- Sintéticos – hidroxicloroquina, cloroquina, metotrexato, sulfassalazina, leflunomida;
- Biológicos – anti-TNF (etanercepte, infliximabe, adalimumabe, certolizumabe, golimumabe), rituximabe, abatacepte, tocilizumabe e inibidores de Janus-quinase (tofacitinibe, baricitinibe, upadacitinibe).
- Exercícios físicos de baixo impacto, como natação e hidroginástica, e programas de fisioterapia para fortalecer músculos, manter mobilidade e prevenir deformidades.
- Cirurgia em casos graves, para remover membrana sinovial alterada, estabilizar a articulação ou substituí-la por prótese.
Complicações possíveis
Sem controle adequado, a doença pode levar a anemia, osteoporose, ruptura de tendões, pleurite, pericardite, doença pulmonar intersticial, inflamação dos vasos sanguíneos e comprometimento cardíaco.
Fatores que agravam o quadro
Fumar e manter excesso de peso podem intensificar os sintomas. O não cumprimento das orientações médicas — incluindo uso correto de medicamentos, prática de fisioterapia e ajustes na alimentação — também favorece a progressão da artrite reumatoide.
A assistência contínua de um reumatologista é fundamental para monitorar a atividade da doença, ajustar terapias e reduzir impactos na qualidade de vida.
Com informações de Tua Saúde