São Paulo – A demência com corpos de Lewy é um distúrbio neurodegenerativo progressivo, caracterizado pelo acúmulo de proteínas anormais no cérebro que provocam alucinações, rigidez muscular, tremores e perda de memória. O quadro afeta principalmente homens acima dos 60 anos e não tem cura conhecida.
Principais sinais clínicos
De acordo com especialistas, os sintomas mais frequentes incluem:
- Perda da capacidade de raciocínio;
- Alucinações visuais recorrentes;
- Dificuldades de compreensão, memória e julgamento;
- Confusão mental ou desorientação;
- Sonolência excessiva ou distúrbios do sono;
- Movimentos lentos, tremores ou rigidez nos membros.
Também podem ocorrer problemas de equilíbrio, quedas e episódios de desmaio. Nos estágios iniciais, a memória costuma permanecer preservada, mas tende a deteriorar-se com a progressão da doença.
Evolução da doença
As primeiras alterações costumam ser cognitivas. Com o passar do tempo, surgem sintomas motores semelhantes aos da doença de Parkinson, além de quadros de depressão e apatia.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é clínico e envolve avaliação de neurologista, geriatra ou psiquiatra, além de exames físicos e de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET-scan. Testes de sangue para dosagem de vitamina B12, hormônios da tireoide, VDRL e HIV ajudam a descartar outras causas de demência.
Diferenças em relação ao Alzheimer
No Alzheimer, a perda de memória aparece logo no início, enquanto na demência com corpos de Lewy surge em fases mais avançadas. Já as alucinações visuais, comuns na enfermidade de Lewy, ocorrem apenas tardiamente na doença de Alzheimer. As proteínas acumuladas também são distintas: amiloide na forma mais prevalente de demência e alfa-sinucleína (corpos de Lewy) no distúrbio em questão.
Possíveis causas e tipos
Os corpos de Lewy são aglomerados de alfa-sinucleína e ubiquitina identificados no tronco cerebral, córtex e sistema límbico. Fatores genéticos, ambientais, envelhecimento e sexo masculino podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Há dois subtipos principais:

Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
- Demência com corpos de Lewy – depósitos no tronco e córtex cerebral, podendo atingir o sistema límbico;
- Doença de Parkinson – acúmulo inicial no tronco cerebral, com demência geralmente tardia.
Opções de tratamento
Embora não exista forma de interromper a degeneração neuronal, diversas abordagens visam controlar sintomas e melhorar a qualidade de vida:
- Medicamentos – antipsicóticos (quetiapina, olanzapina), inibidores de acetilcolinesterase (donepezila, rivastigmina), antiparkinsonianos (levodopa, carbidopa) e antidepressivos (sertralina, citalopram). Clonazepam ou melatonina podem ser prescritos para regular o sono;
- Fisioterapia – ajuda a manter força muscular, flexibilidade e capacidade cardiovascular;
- Terapia ocupacional – orienta a execução das atividades diárias dentro das limitações do paciente;
- Fonoaudiologia – indicada para problemas de fala, deglutição ou comunicação;
- Terapias complementares – aromaterapia, musicoterapia e massagens podem reduzir ansiedade e agitação, mas não substituem o tratamento médico.
Exercícios cognitivos, dieta balanceada e abandono do tabagismo são recomendados como medidas de suporte.
Prognóstico
Sem terapias capazes de reverter ou estagnar o processo neurodegenerativo, o manejo atual concentra-se no alívio de sintomas e em cuidados paliativos individualizados.
Com informações de Tua Saúde