A colite, termo médico para inflamação do cólon, pode provocar dor abdominal, formação excessiva de gases, períodos alternados de diarreia aquosa e prisão de ventre, além de sangue ou muco nas fezes. O quadro é acompanhado, em muitos casos, por febre, calafrios, desidratação, cansaço e perda de apetite. Em situações mais graves, a doença leva a complicações como sangramento intestinal, fístulas, estreitamento do órgão e aumento do risco de câncer colorretal.
Quando procurar atendimento
Gastroenterologistas, proctologistas ou clínicos gerais são os especialistas aptos a confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento. A avaliação inclui análise dos sintomas, exame físico e testes laboratoriais ou de imagem, como fezes, ultrassom, tomografia, ressonância magnética, colonoscopia ou retossigmoidoscopia. Marcadores sanguíneos — entre eles P-ANCA, ASCA e CEA — também podem ser solicitados.
Fatores que desencadeiam a inflamação
As principais causas de colite envolvem infecções por vírus, bactérias ou parasitas; intolerâncias ou alergias alimentares; obstrução dos vasos sanguíneos intestinais; além de condições genéticas ou autoimunes. A inflamação pode ser aguda ou crônica, variando em intensidade conforme o agente desencadeador.
Sete principais tipos de colite
- Colite ulcerativa – caracteriza-se por úlceras na mucosa do intestino grosso, originadas possivelmente por fatores genéticos, alterações do sistema imune ou infecções.
- Colite pseudomembranosa – provocada pela bactéria Clostridium difficile, cujo crescimento excessivo costuma ocorrer após o uso de antibióticos como amoxicilina ou azitromicina.
- Colite nervosa (síndrome do intestino irritável) – ligada a estresse e ansiedade, é mais frequente em adultos jovens e causa dor, distensão abdominal e gases.
- Colite isquêmica – resultado da redução ou bloqueio do fluxo sanguíneo no intestino, geralmente associada a diabetes, tabagismo, desidratação, insuficiência cardíaca, aterosclerose, trombose ou resposta inflamatória sistêmica.
- Colite microscópica – só é identificada na biópsia colhida durante colonoscopia, pois a parede intestinal aparenta normalidade ao exame visual.
- Colite infecciosa – causada por vírus (norovírus, rotavírus, adenovírus, citomegalovírus), parasitas (Entamoeba histolytica) e bactérias como Campylobacter jejuni, Salmonella, Shigella, E. coli, Yersinia enterocolitica ou Mycobacterium tuberculosis. Algumas infecções sexualmente transmissíveis — gonorreia, clamídia, herpes simples 1 e 2 ou sífilis — também podem desencadear o quadro.
- Colite alérgica – mais comum em bebês, decorre de reação às proteínas do leite materno, de vaca ou fórmulas infantis.
Opções de tratamento
A abordagem varia conforme a causa e a gravidade:
Imagem: Internet
- Alimentação balanceada – planos elaborados por nutricionistas incluem carnes magras, frutas, vegetais, gorduras saudáveis e temperos naturais, com incentivo ao consumo de alimentos probióticos como iogurtes e leites fermentados.
- Medicamentos – analgésicos (paracetamol), anti-inflamatórios (ibuprofeno), antibióticos (metronidazol ou vancomicina), antidiarreicos (loperamida), corticoides (prednisona ou prednisolona), imunossupressores (azatioprina ou ciclosporina) e agentes biológicos (infliximabe, risanquizumabe, adalimumabe ou ustekinumabe) podem ser prescritos. Polivitamínicos auxiliam na recuperação do estado nutricional.
- Cirurgia – indicada apenas quando terapias clínicas e dietéticas não controlam a doença, podendo envolver a remoção parcial ou total do cólon ou reto.
- Medidas caseiras de suporte – bebidas como suco puro de maçã ajudam a aliviar dor, gases e desidratação, mas não substituem a orientação médica.
Ao notar sinais persistentes de inflamação intestinal, a recomendação é buscar avaliação especializada para identificar o tipo de colite, determinar a extensão das lesões e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
Com informações de Tua Saúde
