Brasília – Médicos alertam para a mucormicose, também chamada de “fungo negro”, enfermidade incomum e grave que provoca sintomas como dor de cabeça, febre, congestão nasal, secreção nos olhos e no nariz. Nos quadros mais avançados, podem ocorrer convulsões e perda de consciência.
O que é a mucormicose
A doença é causada por fungos do grupo dos mucormicetos, entre eles Rhizopus spp. e Lichtheimia spp., encontrados em solo, vegetação, frutos e material em decomposição.
Sinais e sintomas
A manifestação clínica varia conforme a imunidade do paciente e o local afetado:
- nariz entupido e dor nos seios da face;
- febre;
- secreção ou sangramento nasal;
- alterações na visão e edema ao redor dos olhos;
- inchaço em um lado do rosto;
- tosse com catarro ou sangue;
- convulsões, confusão mental e dificuldade de fala;
- dificuldade para respirar e dor no peito.
Quando a pele é atingida, surgem lesões avermelhadas, endurecidas e dolorosas, que podem evoluir para bolhas escuras. Falta de oxigenação adequada também pode deixar a pele azulada e os dedos arroxeados.
Formas da doença
- Rinocerebral – acomete nariz, seios nasais, olhos, boca e cérebro; é a apresentação mais comum;
- Pulmonar – atinge os pulmões;
- Cutânea – infecção da pele, podendo alcançar músculos;
- Gastrointestinal – envolve o trato digestivo;
- Disseminada – infecção via corrente sanguínea que alcança órgãos como coração, rins, baço e cérebro.
Diagnóstico
O diagnóstico combina avaliação clínica e exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética. Cultura de escarro, testes moleculares (PCR) e biópsia podem ser solicitados para identificar o fungo.
Como ocorre a contaminação
A infecção ocorre pela inalação de esporos presentes no ambiente, ingestão de alimentos contaminados ou penetração dos esporos em feridas, queimaduras ou após procedimentos cirúrgicos.
Imagem: Internet
Quem corre maior risco
Pessoas com imunidade comprometida são mais suscetíveis – casos de diabetes, câncer, HIV, insuficiência renal, desnutrição, uso prolongado de antibióticos ou corticoides e transplantados. Pesquisas também relacionam a doença a pacientes com COVID-19.
Terapia indicada
O tratamento, conduzido por equipe multidisciplinar, inclui:
- antifúngicos intravenosos ou orais, como anfotericina B e posaconazol, por semanas ou meses;
- cirurgia de desbridamento para remoção de tecidos necrosados;
- controle de condições subjacentes, como ajuste de glicemia e redução de corticoides.
A orientação médica deve ser seguida rigorosamente até a conclusão do regime terapêutico.
Com informações de Tua Saúde

