Em todo o país, acidentes envolvendo serpentes — especialmente as venenosas — exigem atenção imediata. Após a mordida, especialistas recomendam manter a calma, deixar o membro afetado imóvel, lavar a região apenas com água ou água e sabão e, se viável, imobilizar a área com tala ou atadura de baixa pressão. O atendimento médico deve ser buscado o mais rápido possível para avaliação e aplicação do soro antiofídico adequado.
Sintomas mais comuns
Os sinais variam conforme a espécie, mas podem incluir dor local, vermelhidão, inchaço, sudorese, salivação excessiva, visão borrada, gosto metálico na boca, náuseas, vômitos, sonolência, ínguas doloridas, ansiedade e medo intenso. Em situações graves, surgem sangramentos persistentes, pressão arterial baixa, taquicardia, choque, dificuldade respiratória, rabdomiólise, lesão renal e paralisia progressiva.
Diferenças entre espécies
Urutu, cruzeiro e jararaca: costumam provocar dor, edema, manchas arroxeadas e sangramentos na mordida, gengivas, pele ou urina. Complicações possíveis incluem hemorragia severa, infecção, necrose e insuficiência renal.
Coral-verdadeira: raramente causa alterações no local; entretanto, podem ocorrer dor, visão dupla, pálpebras caídas e, sem tratamento rápido, paralisia dos músculos respiratórios, com risco de óbito.
O que fazer imediatamente
- Afastar-se do animal para evitar novo ataque;
- Permanecer calmo para reduzir a circulação do veneno;
- Manter o membro mordido em posição neutra e imóvel;
- Lavar a ferida somente com água ou água e sabão;
- Transportar a vítima, preferencialmente deitada, ao serviço de saúde mais próximo;
- Vigiar respiração e vias aéreas, estando preparado para reanimação, se preciso.
Se a cobra estiver morta, levá-la ao hospital em recipiente fechado; caso contrário, fotos ou anotações das características ajudam na identificação.
Práticas que devem ser evitadas
- Não sugar o veneno;
- Não usar torniquete ou garrote;
- Não cortar, perfurar ou aplicar substâncias na ferida;
- Não ingerir bebidas alcoólicas, aspirina ou anti-inflamatórios não esteroides.
Tratamento hospitalar
No hospital, o médico avaliará sintomas, gravidade e, sempre que possível, a espécie envolvida. O tratamento inclui soro antiofídico específico e, em casos críticos, suporte respiratório, fluidoterapia intravenosa e controle de sangramentos.

Imagem: Internet
Tempo de recuperação
A recuperação depende do tipo de veneno e da quantidade injetada, podendo levar semanas ou meses. Normalmente, a observação hospitalar dura ao menos 24 horas. Lesões extensas podem resultar em parestesia prolongada, danos musculares ou até amputação.
Prevenção
- Usar botas de cano alto ou perneiras de couro em áreas de risco;
- Utilizar luvas ao manusear lenha, palha ou folhas secas;
- Não introduzir mãos em buracos;
- Eliminar roedores e manter terrenos sem lixo ou entulho;
- Fechar fendas em muros e portas e manter o mato baixo ao redor de casa.
Como reconhecer cobras venenosas
Características que podem indicar perigo incluem cabeça triangular e achatada, olhos com fenda semelhante a de um gato, cauda que afina rapidamente, presença de dentes alongados na parte frontal da boca e comportamento agressivo quando acuada. Já serpentes não venenosas tendem a ter cabeça estreita e alongada, pupila circular, cauda que afina gradualmente e costumam fugir diante de ameaça. Apesar dessas diferenças, a orientação é sempre procurar atendimento médico após qualquer mordida.
Com informações de tuasaude.com