A intervenção cirúrgica para endometriose é recomendada por ginecologistas quando a paciente apresenta dor pélvica intensa ou persistente, endometriose profunda, ausência de resposta ao tratamento medicamentoso ou dificuldade para engravidar. O procedimento, realizado em ambiente hospitalar sob anestesia geral, costuma utilizar a técnica de videolaparoscopia para localizar e remover ou cauterizar os focos da doença em ovários, superfície externa do útero, bexiga ou intestinos.
Indicações principais
A cirurgia é considerada nos seguintes cenários:
- Dor pélvica crônica ou muito forte;
- Falta de melhora da endometriose superficial após uso de remédios;
- Contraindicação ao tratamento medicamentoso;
- Endometriose profunda ou acometendo ovários, bexiga, ureter ou intestino;
- Dificuldade para engravidar.
Preparação pré-operatória
A paciente deve permanecer em jejum absoluto por, no mínimo, oito horas. É fundamental informar ao médico todos os medicamentos em uso, pois anticoagulantes podem precisar ser suspensos dias antes da cirurgia para reduzir risco de sangramento. Também é necessário relatar alergias a anestésicos ou outros fármacos e levar ao hospital todos os exames realizados, inclusive o risco cirúrgico.
Como o procedimento é realizado
Na videolaparoscopia, o cirurgião:
- Administra anestesia geral;
- Faz a antissepsia da pele abdominal;
- Abre três pequenas incisões para introduzir microcâmera e instrumentos;
- Insufla dióxido de carbono na cavidade abdominal para melhor visualização;
- Insere a câmera, identifica os focos de endometriose e remove ou cauteriza as lesões e aderências;
- Fecha os cortes e aplica curativo.
Conforme a extensão da doença, podem ser retirados ovários (ooforectomia) e, em alguns casos, o útero (histerectomia).
Modalidades cirúrgicas
Cirurgia conservadora: remove apenas os focos e aderências, preservando a fertilidade; indicada para mulheres em idade reprodutiva que desejam engravidar.
Cirurgia definitiva: indicada quando tratamentos anteriores falham e a paciente não pretende manter fertilidade. Pode incluir retirada dos ovários e, se necessário, histerectomia, cujo tipo depende da gravidade da endometriose.

Imagem: médicos e profissiais de saúde de di
Pós-operatório e recuperação
Após a anestesia, a paciente permanece internada pelo menos 24 horas para observação de sangramentos. Se houver histerectomia, o tempo de internação pode ser maior. A recuperação completa leva de 14 dias a um mês. Nesse período recomenda-se:
- Repouso domiciliar sem necessidade de permanecer o tempo todo na cama;
- Evitar esforços, como trabalho pesado, faxina ou levantamento de peso;
- Suspender atividades físicas por cerca de 30 dias;
- Abster-se de relações sexuais nas duas primeiras semanas;
- Manter alimentação leve e ingestão de aproximadamente 1,5 litro de água ao dia;
- Comparecer às consultas de retorno para acompanhamento da cicatrização.
Possíveis riscos
As complicações mais frequentes estão ligadas à anestesia geral. Pacientes sem alergias a medicamentos têm risco reduzido. Como em qualquer cirurgia, há possibilidade de infecção; por isso, febre acima de 38 °C, dor intensa, inchaço ou vermelhidão crescente no local dos pontos devem ser avaliados em pronto-socorro.
O tipo de intervenção é definido pelo cirurgião e pela paciente após avaliação clínica, exames de imagem e discussão sobre benefícios, riscos e desejo reprodutivo.
Com informações de Tua Saúde