Durante os períodos de crise da colite ulcerativa, especialistas indicam reduzir a ingestão de fibras, açúcares e gorduras. A orientação é priorizar frutas e vegetais cozidos e sem casca, proteínas com pouca gordura, tubérculos e cereais refinados. Como não existe um padrão alimentar único para todos os pacientes, o acompanhamento de um nutricionista é considerado fundamental para ajustes individuais.
Alimentos recomendados nas crises
Entre os itens mais bem tolerados estão:
- Proteínas magras desfiadas ou moídas, como peixe, peito de frango ou peru sem pele, tofu e ovos;
- Tubérculos cozidos ou em purê (batata, batata-doce, cará, inhame, batata-baroa e aipim);
- Cereais com baixo teor de fibra, como arroz branco, macarrão comum, tapioca, pão branco e bolacha de arroz;
- Laticínios desnatados ou com teor reduzido de gordura (leite, iogurte e queijos brancos);
- Frutas cozidas ou amassadas e sem casca, semente ou bagaço, por exemplo banana, maçã, mamão, pêssego, pera e melão;
- Vegetais sem casca, cozidos e amassados, como abóbora, cenoura, berinjela, chuchu e abobrinha;
- Fontes de gorduras consideradas saudáveis, entre elas azeite de oliva, óleo de abacate e óleo de linhaça;
- Temperos frescos, a exemplo de salsa, orégano, alecrim, coentro e manjericão;
- Água, chás sem cafeína e água de coco.
Recomenda-se realizar de cinco a seis refeições por dia em pequenas porções, mastigar bem e preparar os alimentos cozidos, ensopados, grelhados ou assados, evitando frituras e molhos gordurosos. O uso de um diário alimentar ajuda a identificar quais itens agravam ou aliviam os sintomas.
Alimentos e bebidas a evitar
Durante as crises, os seguintes produtos tendem a piorar o quadro e, portanto, devem ser evitados:
- Fritos e preparações ricas em gordura (margarina, creme de leite, batata frita e salgadinhos);
- Bebidas e alimentos com cafeína, como café, chás preto, verde ou mate, refrigerante de cola e chocolate;
- Cereais integrais, pipoca e sementes;
- Doces, mel, refrigerantes, bolos e sorvetes;
- Carnes processadas, tais como salsicha, presunto, mortadela, salame, bacon e peito de peru;
- Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, soja);
- Frutas e vegetais crus com casca, sementes ou bagaço;
- Sementes e oleaginosas (linhaça, gergelim, amendoim, nozes, amêndoas);
- Alimentos ultraprocessados, inclusive macarrão instantâneo, biscoitos, comidas congeladas e fast food;
- Temperos industrializados e apimentados, como curry, pimenta, ketchup, maionese, shoyu e caldos concentrados;
- Bebidas alcoólicas.
Pessoas com intolerância à lactose precisam excluir leite e derivados. Em alguns casos, o nutricionista pode propor a dieta FODMAP, que elimina temporariamente alimentos com alto teor de frutose, lactose, frutooligossacarídeos e álcoois de açúcar.
Cardápio exemplo para três dias
As porções devem ser adaptadas conforme orientação profissional.

Imagem: Internet
- Dia 1
Café da manhã: chá de camomila, pão francês branco e ovo mexido.
Lanche da manhã: maçã cozida sem casca.
Almoço: peito de frango grelhado, arroz branco, chuchu e cenoura cozidos com fio de azeite.
Lanche da tarde: iogurte desnatado com banana picada.
Jantar: sopa de frango desfiado com abobrinha sem semente, aipim e abóbora. - Dia 2
Café da manhã: suco de melão e torrada com queijo branco.
Lanche da manhã: pera cozida sem casca polvilhada com canela.
Almoço: peixe branco assado, batata cozida, purê de abóbora regado com azeite.
Lanche da tarde: vitamina de leite desnatado com mamão.
Jantar: sopa de batata, cará, tomate sem semente, chuchu e cenoura. - Dia 3
Café da manhã: água de coco e bolacha de arroz com pasta de ricota, orégano, azeite e sal.
Lanche da manhã: vitamina de banana com bebida vegetal de arroz.
Almoço: tofu grelhado, purê de batata-baroa, abobrinha, tomate e berinjela sem sementes assadas com azeite.
Lanche da tarde: gelatina sem açúcar e maçã cozida sem casca.
Jantar: berinjela sem sementes recheada com tofu e molho de tomate caseiro, arroz branco e chuchu cozido.
Alimentação após as crises
Fora dos períodos de inflamação, recomenda-se reintroduzir gradualmente cereais integrais, frutas com casca, vegetais crus ou com casca, sementes, leguminosas e oleaginosas, sempre de acordo com a tolerância individual. Produtos fermentados como iogurte, kefir e kombucha podem auxiliar no equilíbrio da flora intestinal. A elevação da quantidade de fibras insolúveis deve ser lenta e supervisionada por profissional de saúde.
Suplementos que podem ser prescritos
Para evitar deficiências ou perda de peso, o médico ou nutricionista pode recomendar vitamina D, cálcio, ácido fólico, ferro e, em alguns casos, probióticos. Ômega-3 e L-glutamina também podem ser adicionados para reduzir inflamações e favorecer a cicatrização intestinal. A escolha e a dosagem variam conforme o quadro clínico de cada paciente.
Com informações de Tua Saúde